segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aloísio Junior , Luto Eterno !

Parece ontem, que você estava aqui do meu lado, rindo, falando bobagem, brigando comigo e eu com você. Parece ontem que estávamos abraçados, sempre tão juntos. Parece que foi ontem também, que você morreu. Por que a dor ainda continua a mesma, até maior, nem parece que um ano se passou. Você estava tão bem, brincando, estava com aquele sorriso alegre que você sempre carregava nos lábios, estava arrumando confusão como sempre você arrumava, você estava dando sua cara a tapa por aquilo que você acredita, como sempre você fazia. Era de tarde, tudo estava normal. Era uma sexta feira normal, ou pelo menos era pra ser. Tínhamos discutido mais cedo, no seu bairro, mais já estávamos bem, nos despedimos apenas com um ‘tchau’, não ouve nenhum abraço como a gente sempre fazia, não desejamos nenhum bom final de semana um pro outro como sempre desejávamos. Acho que não desejamos por que não iria ser bom. E realmente não foi. Era 07h28min e alguns segundos, me lembro perfeitamente à hora. Meu celular tocou e alguém do outro lado disse: ‘Lorena o Aloísio tomou tiro, esta no hospital, está mau. ’ De repente meu mundo parou tudo ficou escuro e depois claro, minhas pernas não agüentavam mais meu corpo. E minhas mãos não conseguiram segurar meu celular de tão tremulas que estavam. Eu lembro que uma lágrima correu sobre meu rosto, eu não estava acreditando. Então tudo ficou escuro novamente, e depois acordei com minha mãe gritando meu nome. Não dei nenhuma explicação, simplesmente sai correndo em direção a porta, fui até o hospital que fica um pouco longe aqui de casa. Fui barrada por que não poderia entrar na UTI, logo me praguejei por ter discutido com você justo naquele dia, por não ter te abraçado como sempre aconteciia, por não estar do seu lado no momento que você mais precisou de mim, por não ter chances de ter salvado você. Sua mãe veio chorando na minha direção e me deu um abraço, não dissemos nada uma para outra, pois não havia palavra para falar, o abraço falou por nós.Então voltei para casa, eu não chorava não tava desesperada, não gritava, não falava com ninguém. Simplesmente a ficha ainda não tinha caído. A primeira coisa que eu falei, foi pra obrigar a minha mãe a me prometer que você iria ficar bem, que você sairia daquela cama e viria me dar um abraço, que você sábado estaria no shoping. Depois que ela me prometeu me calei de volta.Passandos alguns dias,era uma terça feira 17h59mn da tarde, meu celular novamente tocou, e a primeira coisa no fim da tarde de terça feira que eu ouvi foi: ‘Lorena, LOOI morreu’. Novamente eu não chorei dessa vez não vi escuridão nenhuma, minhas mãos agüentaram o peso do celular, e eu fiz uma coisa fora de mim, cai na gargalhada. E logo em seguida comecei a chorar de novo. Foi horrível te ver naquele caixão, foi horrível ver que eu não poderia fazer nada pra ter você de volta comigo. E eu fiz uma coisa que eu nunca imaginei que faria ,começei pensar em vs, E comecei a falar que te amava que você era o meu melhor amigo. Como se você fosse escutar. Eu acho que no fundo, eu tinha alguma esperança que você se levantasse e me respondesse, tinha esperança que tudo não passava de uma brincadeira sem graça. Minutos se passaram e nada de você levantar, nada de falarem que era uma brincadeira; Olhei para sua mãe e ela estava tranqüila, olhando para você e chorando ainda. Eu sei que ela sofreu mais do que eu, sei que é mais fácil um filho enterrar uma mãe do que uma mãe enterrar o filho. Então ela me olhou, ficou me olhando por alguns segundos e então abriu o braço, e me pediu um abraço. Coisa que minha mãe não fez no momento mais difícil da minha vida. Em vez de eu consolar sua mãe ela que estava me consolando. Só sei que eu chorei como nunca chorei em toda minha vida. Meu Looí, meu bebê, meu melhor amigo, estava ali deitado, num caixão na minha frente. Você que era tão elétrico tão cheio de vida, estava ali, com os olhos fechados e as mãos cruzadas uma em cima da outra. Você, justo você.Aquele que me apoiou tanto, aquele que me deu a mão quando eu mais precisei aquele que brigava comigo quando eu merecia aquele que foi meu irmão, meu pai, minha mãe, e meu melhor amigo. Aquele que me deu esperanças quando ela já tinha ido embora, aquele que me dava forças, aquele que era meus olhos quando eu não podia enxergar aquele que era minha força quando eu não tinha mais. O dono dos melhores conselhos, melhores abraços, o dono da risada mais gostosa, da voz mais calma, do olhar mais sincero. O dono do meu sorriso, da minha alegria, da minha confiança. O principal e talvez a pessoa mais importante da minha vida. Deu sábado, você não estava lá, você não me deu um abraço, você não sorriu para mim. Hoje eu sinto a maior saudade de ti, saudade que palavras nenhuma podem expressar, e a cada dia que passa a cada volta que o ponteiro do relógio da, eu fico esperando ansiosamente a chegada da hora que eu vou poder te ter de volta em meus braços. Que eu vou poder ver esse sorriso de moleque travesso de novo. Eu te amo e nada, ninguém e nem mesmo a morte pode mudar isso. Existe amizade que duram uma vida, mais a nossa vai superar a morte. Eu lhe dou minha palavra. Meu eterno e grande amigo. S2